Mallarmé nos propunha a criação de um livro infinito, onde a poesia fluiria permanentemente, que sua escrita nunca terminaria, não se vislumbraria um começo e nem um fim, creio que o que vi no SESC Santo Amaro neste sábado de outono no mês de maio de 2013, uma boa dose de possibilidade da construção deste livro.
Quando fui convidado pela Giselle Zamboni, amiga
que conheci no twitter trocando textos curtos e poemas, não consegui
imaginar como ficaria o formato da mostra, penso que imaginei algo mais
formal, a interatividade da mostra me surpreendeu muito positivamente, e
me dei conta do que tínhamos ali, quando vi meu neto interagindo com as
palavras que se diluíam e concentravam o tempo todo, como se fizesse
parte do fluxo, entendi a extensão do que estava ali acontecendo. Talvez
estas crianças que nascem sob a influência de Hermes, criaturas do
movimento, possam ir além dos formalismos com que formatamos nossas
mentes.
Creio que seja a Internet o campo fértil que irá moldar a
nova literatura, para além da preocupação autoral pensada como
propriedade, e se passará a ser vista como campo de criação coletiva,
seres coletivos como diz a Giselle.
Acho que vi nascer algo
muito importante neste dia, só o tempo dirá se tenho ou não razão, mas
fico muito feliz de estar participando deste momento, partilhando minha
palavra com quem a quiser, com a liberdade necessária ao poema.
Para quem for ver a mostra talvez se depare com alguns destes tuítes que partilhei para a exposição:
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