impressões sobre “a
fome ... “ de José Carlos Mendes Brandão
Finalmente (os “Correios” andam
meio lerdos) chegou aqui em casa “a fome insaciável dos olhos”, o último livro
de Edson Bueno
de Camargo, que disse que a obra é meio “soturna”...
Comecei a ler, com um prazer que
se renova a cada poema com suas imagens concretas, de se pegar nas mãos, sentir
a aspereza de sua música. São imagens fortes, que lembram o surrealismo, mas
sempre concretas, imagens-coisas. Interessante como o surrealismo se vale de
coisas concretas, de coisas, enfim.
No caso do Edson, até com uma
certa ingenuidade, que é própria da poesia ligada à terra, à coisas da
infância, aos nossos fantasmas interiores. É assim que noto também a
preocupação com o tempo, na presença das coisas familiares, quase míticas, de
personagens que não se sabe se saídos da imaginação ou de que escaninhos da
memória.
Obrigado, Edson, por mais este presente precioso à poesia.
Autor de sete livros de poesia: O
Emparedado (1975), Exílio (1983), Presença da Morte (1991), Poemas de Amor
(1999), O Silêncio de Deus (2009), Memória da Terra (2010) e O Sangue da Terra
(2010).
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